30 setembro 2006

PALAVRAS E O SILÊNCIO






O peso das palavras, o peso do silêncio
A mim seduzem palavras e silêncios, e jeitos de olhar. O formato de uma boca melancólica, ou o baixar de uma pálpebra que esconde o desejo de morrer ou de matar, ódio ou desamparo, hipocrisia, ah, o olhar sorrateiro, o estrábico olhar dos mentirosos.A mim interessam coisas que normalmente ninguém valoriza. Porque o real está no escondido. Por isso escrevo: para esconjurar o avesso das coisas e da vida, de onde nos vem o medo, que impulsiona com a esperança.È incrível como uma fração de segundo, o lapso mínimo em que os olhares se desencontram e que a palavra podia ter sido pronunciada se recolhe por pusilanimidade, egoísmo ou autocompaixão. E a cumplicidade se rompe e cada um fica ainda mais só.O caminho do desencontro é obviamente ladrilhado de silêncios, quando se devia falar, e de palavras quando o melhor teria sido ficar calado. É ladrilhado de gestos que não foram feitos quando o outro tanto precisava. E no silêncio o peso da omissão, cumplicidade com o erro, se agiganta.Palavras são animais esquivos, ora belos, ora mortais. Ninguém os domestica de verdade, ninguém consegue fugir ao seu poder. Mas nem sempre sabemos o poder que elas têm e concedem.Por esta razão nem sempre acerto o tom, nem sempre encontro as palavras, eventualmente magôo a quem amo e aliso a quem desejava censurar.Hoje eu falo do silêncio. Eu que amo as palavras, hoje fico nos espaços brancos e nas entrelinhas.

(Extraído do texto: "Falar, Calar" de Lya Luft)
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Da mesma forma que o silêncio, em certas ocasiões "é ouro", a palavra é
fundamental. Não ficamos em silêncio para calar. Ficamos em silêncio, para
organizar idéias, sentimentos, gestos. Só as palavras podem calar o
silêncio. Por isso, a palavra é "prata". Ainda que muitas vezes doa, ainda que
muitas vezes machuque, ainda que muitas silencie o silêncio. Pela palavra
chegamos à fronteira do pensar do outro. E, mesmo podendo haver invariáveis
interpretações, ela silencia o silêncio ensurdecedor do meu sentir!

MABEL DO BLOG: http://folhaembranco.uniblog.com.br/104966/o-peso-das-palavras-o-peso-do-silencio.html

AMADURECIMENTO


Aprenda a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você... A idade vai chegando e, com o passar do tempo, nossas prioridades na vida vão mudando... a vida profissional, a monografia de final de curso, as contas a pagar. Mas uma coisa parece estar sempre presente... A busca pela felicidade com o amor da sua vida. Desde pequenos ficamos nos perguntando "quando será que vai chegar?" E a cada nova paquera, vez ou outra nos pegamos na dúvida "será que é ele?". Como diz o meu pai: "nessa idade tudo é definitivo", pelo menos a gente achava que era. Cada namorado era o novo homem da sua vida. Faziam planos, escolhiam o nome dos filhos, o lugar da lua-de-mel e, de repente... PLAFT! Como num passe de mágica ele desaparecia, fazendo criar mais expectativas a respeito "do próximo". Você percebe que cair na guerra quando se termina um namoro é muito natural, mas que já não dura mais de três meses. Agora, você procura melhor e começa a ser mais seletiva. Procura um cara formado, trabalhador, bem resolvido, inteligente, com aquele papo que a deixa sentada no bar o resto da noite. Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue "imagem e ação" e se divirta como uma criança, que sorria de felicidade quando te olha, mesmo quando está de short, camiseta e chinelo. A liberdade, ficar sem compromisso, sair sem dar satisfação já não tem o mesmo valor que tinha antes. A gente inventa um monte de desculpas esfarrapadas, mas continuamos com a procura incessante por uma pessoa legal, que nos complete e vice-versa. Enquanto tivermos maquiagem e perfume, vamos à luta... e, haja dinheiro para manter a presença em todos os eventos da cidade: churrasco, festinhas, boates na quinta-feira. Sem falar na diversidade que vai do Forró ao Beatles. Mas o melhor dessa parte é se divertir com as amigas, rir até doer a barriga, fazer aqueles passinhos bregas de antigamente e curtir o som.... Olhar para o teto, cantar bem alto aquela música que você adora. Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe, também, que aquele cara que você ama (ou acha que ama), e que não quer nada com você, definitivamente não é o homem da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar, não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você
(Mario Quintana)
Esse foi um recadinho para quem ainda não encontrou a pessoa certa!
Deus tem preparado alguém especial para você...
NETE